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terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Please remember

O meu maior problema é a madrugada, algoz de todos os planos para o dia seguinte. Ela sempre proporciona pouco tempo para descansar e muito tempo para pensar.

Outra madrugada quente que ouço música no escuro de olhos abertos e encontro o sentimento escondido nos extremos. Penso em como as despedidas têm se tornado frequentes, mesmo sem terem sido anunciadas, e eu continuo aqui. Como as percepções mudam, como nossa capacidade de substituição é incrível, como aos olhos alheios eu amargo.

Eu observo. Observo como as árvores são verdes, como o céu é azul e as nuvens brancas, mas na minha lembrança é tudo cinza. Observo a rotina, a corrida desesperada por aprovação, a necessidade de uma boa imagem. Como ansiamos por mudanças sem mover um dedo. Na minha lembrança somos todos cinza.

Me questiono se ainda há tempo. Os anos passaram tão depressa e talvez eu realmente tenha amargado, insatisfeito com a terra firme, porém sem nunca ter tentado me arriscado em alto mar. Eu sigo desejando turbilhões e tempestades, que nunca saíram da minha cabeça.

A madrugada é meu maior problema. Ela parece ser eterna e no fim me obriga a ser banhado pelo sol.


Talvez não haja mais tempo, mas está tudo certo, eu continuo aqui.

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